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11.12.09

CHEIRINHO DE TINTA! PORTAL FUNDAÇÃO-Lançamento em janeio/10

P R O J E T O P O R T A L

A revista Portal Fundação — quarto número do Projeto Portal, coordenado por Nelson de Oliveira — traz contos inquietantes que vão do universo da ficção científica ao do fantástico, passando pelo da fantasia.
São vinte e seis narrativas sobre novas tecnologias, viagens no tempo, ciberespaço, telepatia, contatos imediatos do terceiro grau, pós-apocalipse, pós-humano, utopias e distopias, de dezesseis autores contemporâneos.
O Projeto Portal prevê seis números, com periodicidade semestral. Cada número homenageará, no título, uma obra célebre da ficção científica: Solaris, Neuromancer, Stalker, Fundação, 2001 e Fahrenheit.
Aviso importante: o projeto não se destina à comercialização. Os poucos exemplares da revista serão dados de presente aos leitores escolhidos pelos autores.
Os contistas do Portal Fundação são: Ataíde Tartari, Brontops Baruq, Giulia Moon, Laura Fuentes, Leandro Leite Leocadio, Luiz Bras, Luiz Roberto Guedes, Marco Antônio de Araújo Bueno, Maria Helena Bandeira, Martha Argel, Mustafá Ali Kanso, Ricardo Delfin, Richard Diegues, Roberto de Souza Causo, Roberto Melfra e Rodrigo Novaes de Almeida.


P O R T A L F U N D A Ç Ã O

revisão: FERNANDO SILVA • diagramação: RAQUEL RIBEIRO • capa: TEO ADORNO
formato: 16 X 23 CM • nº de págs.: 156 • tiragem: 450 EXEMPLARES
http://projeto-portal.blogspot.com

2.12.09

RESENHAS? Existem sim - Lépida, abarcante e lúcida, esta:

P R O J E T O P O R T A L B L O G F E E D
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
RESENHA AO STALKER POR Daniel Serrano-do PQP

FONTE: www.postoqueposto.blogspot.com
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Sobre Portal Stalker


Portal Stalker é uma revista literária; dedica-se à ficção científica e é o terceiro número (são seis previstos) de projeto do escritor Nelson de Oliveira, que tem se mostrado excelente agregador de bons escritores. A Portal Neuromancer, hão alguns de lembrar, passou por aqui em resenha, há já quase um ano. Para o número novo, algumas considerações: bem mudado vem o time de escritores — Portal Stalker atua com elenco justo de onze. Dos que tinham disputado o outro torneio, é de se reconhecer que mantiveram a forma. Roberto de Sousa Causo, Marco Antônio de Araújo Bueno, Tiago Araújo e Luiz Bras não só mantêm firme a bola ao pé como arriscam novos dribles, sem que com isso saiam a equilibrar-se em altos saltos, coisa de contrário tão comum no futebol, irmão rico da literatura. É ainda certo que põe-se um time sempre novo, à busca de coisa nova que lhe dê brilho aos espetáculos. Entram aí fortes as estréias: Sérgio Tavares, Brontops e Ivan Hegenberg, presenças-mais-que-preciosas nesse penetrar ofensivo à língua. Desses, afinal os que mais gostaram a este confuso resenhista, fazem-se breves comentários.




Roberto de Sousa Causo
Ágil seu conto O novo protótipo — preciso nos cortes do texto. O início vai a levar o leitor, até que se anuncia, como a negar pirulito: “Gostava do bairro. Seria bom morar nele, mas ela estava ali para matar um homem”. E aí está-se dentro. A narrativa consegue envolver e curiosos são os experimentos de vocabulário, que têm no colocar-junto de duas palavras ordinárias o efeito grandioso: metrômaglev, lixôrganico, foramundo.


Sérgio Tavares
Sagrado é assustador e realíssimo. Grande empresa de marketing, de mercado, toda a organizar mega-evento religioso. Há no narrador um distanciamento como que obrigatório, mas também uma ânsia de envolvimento. Quer pôr-se longe e para isso indica “procurar bibliografia em MKULTRA, ARTICHOKE, BLUEBIRD, MKDELTA, MKNAOMI e outros”, além de cuidar da precisão, indicando numericamente velocidades médias e acelerações. Mas deixa-se levar, enchem-se seus olhos com o “espetáculo de chamas e choro” e chega a desabafar: “Por fim me perguntou se, para mim, filho da puta, havia algo realmente sagrado". Incorpora humor, e aí tem-me um ponto.


Brontops
Na vista ampla, o tema é batido: fim do mundo. Mas chega a ser triunfal a saída que lhe encontra em Kripton. Sem também deixar tombar o humor, sai-se muito bem com o conto {Os quereres}, verdadeira ode ao acaso em tempos (estes e os que provavelmente vêm) de controle de variáveis. Dá no que dá — o verdadeiro apocalipse é o que se vive, ou se viveu, o que aliás lhe tira o tom dramático, embora não tanto. Trata disso seu terceiro gol na revista, sob o longo título Buraco no céu ou 22 de dezembro de 2012.


Marco Antônio de Araújo Bueno
É o do esquema tático. Atenção para a composição muito pouco casual dos parágrafos, em números de linhas. No fantástico Holograma, 4/4/4/4/4/8/4/4/4/4/4; ajuda-nos a subir a montanha e depois tomba-nos de lá, carinhosamente. As frases são curtas, rápidas, tomam da poesia certo paralelismo, metrirritmando a prosa. Também assim são Tempo virtual, mate real e Nonsensal. Wharia avariada, cativante já no título, é tripartido: I, II, III. Atos-corte, fissuras no espaço-tempo, com costura precisa, enxuta.


Tiago Araújo
Quando anuncia “Os quatro ou cinco centímetros de espessura — dependendo da vontade do casal”, suspendendo a função da medida, Tiago Araújo me tira um riso do lábio. E segue assim ao levar-nos por seus três contos [Artigo 15.720 (Provisório), Artigo 16.831 (Translúcido) e Artigo 20.053 (Revelação)], sempre a jogar com o dúbio e esticar, suspender. Das boas lições, uma delas é um verdadeiro manual para a sobrevivência dos relacionamentos conjugais.


Luiz Bras
Volta e volta com suas perseguições. Tem-se a missão, sai-se a cumpri-la, queimam-se arquivos. Gostoso mesmo é o jeito por que nos leva a história, em lances de engano e enganação. Singularidade nua é um dos mais longos da revista, mas tanto se sustenta que flutua; atrito, mesmo, só tomado por boa coisa — atrito de faísca.


Ivan Hegenberg
O personagem de seu Esquizóide está confuso, mas confunde-nos ao notar-se personagem. Não se sabe “at home” ou “at Rome”, nem se Júlio César é Jesus Cristo. Nem importa; o conto dá margem a algumas das mais criativas brincadeiras de linguagem da revista: “Um ou vários vírus. Vèro. Vi, vi, vi, vi, vi, vrrrrrrrrrrrrrrr...” ou “Tróia dos portos dos fortes das troças trapaças...”. Mas confuso, em verdade, é o que não está o personagem. Ou não será isto sinal de lucidez: “Será isso o que se passa comigo? Não um experimento científico, mas um experimento artístico?”