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5.2.07

"Aquele cuja fome espera"_





Aquele cuja fome espera
A fome que estará saciada
No outro, enquanto este, quimera,
Padece de fome engaiolada...

E, se o que sacia a fome está, sempre
Apenas onde nós a pomos,
Pra que enraizar felina fome
Entre patas caninas e alpiste sem nome!?

E se, então, surgir a liberdade
Que desmoronasse a espera em cadeia
E desencadeasse uma fome dual ?!

Libertos estariam, um para o outro,
E, ambos, para a saciedade
Ou para uma liberdade de esfomear-se da falta...

Por Marco Antônio de Araújo Bueno

O cartoom de Miram serviu de mote à tarefa de compor uma peça literária em 20', testemunhado por cerca de 30 integrantes da Oficina Literária de Nelson de Oliveira. A escolha do gênero era livre.Um ano depois, desconhecidas tais circunstâncias de produção, o soneto de margem a um gama de interpretações e adjetivações diferentes. Seu hermetismo, em boa parte, deveu-se a essas condições. A polissemia, a resistência ao tempo e a abertura incitada no leitor - eis o que me motiva a postá-lo (o cartoom). Ah, as "hermenêuticas"...