PASPATU
Por Marco A. de Araújo Bueno
Para R. Magritte
E era uma festa linda, e bonitos
Seres se riam sem gargalhar;
Enterneciam-se de palavras ouvidas
Sem que ruidosas melancolices
Amaldiçoassem, na ira, o lugar.
E nunca olvidando do feltro
Prediluviano no olhar, filtravam
Entre frutas vermelhas,
Absintos mineralizados, cristais
De tâmaras e aves suaves demais,
A vermelhidão, assustada, de estar
Entre tantos demais convivas,
Sem se estilhaçarem, animais.
Animados de alma, não mais
Além de seus contornos-umbrais.